Bom, parece que não suscitámos grande interesse com o desafio lançado. Assim, e como prometido, fica aqui um texto sobre o tema, que nos é muito caro.
"Espero, esta semana, não desiludir os leitores do jornal com o diferente rumo impresso ao texto desta edição. O tema tem alguma sensibilidade jurídica, mas constitui, sobretudo, um artigo de opinião.
Chegámos a uma altura dos acontecimentos em que todos nós nos questionamos acerca de quase tudo na vida por causa da crise económico-financeira mundial, que está a repercutir-se em todo este mundo global em que hoje em dia vivemos. E isto faz-nos repensar muitas coisas, não só de carácter pragmático, mas também de outra ordem.
O tema que vos proponho para reflexão esta semana é, precisamente, o da cidadania. O que é, hoje, ser-se cidadão, da nossa terra, do nosso país, do mundo em que nos encontramos inseridos?
Ser cidadão não é apenas pertencer e adquirir direitos. Ser cidadão implica, prima facie, ser Pessoa e assumir a responsabilidade que cada um de nós deve ter no seio da sociedade em que vive e no quadro mundial em que nos podemos movimentar. Ser cidadão acarreta, antes de mais, responsabilidade e obrigações e apenas depois os direitos inerentes ao facto de sermos Pessoa.
Se bem que em termos jurídicos para se ser cidadão há que ser detentor, em primeiro lugar, de uma qualquer nacionalidade, é mais cidadão o apátrida que actua orientado pelo bem comum de todos do que o homem que se limita a pertencer a uma comunidade, julgando que tanto basta para exigir “direitos”.
Nós temos o direito, enquanto cidadãos, a permitir que o amanhã seja possível; que os nossos filhos possam desenvolver-se enquanto Pessoas num mundo sustentável e sustentado; a viver com a consciência de que não estamos sozinhos no mundo, antes pertencendo a uma intrincada teia de relações humanas onde vamos tecendo o fio dos nossos dias, com consequências directas ou mediatas no fio dos dias de todos os demais; a respeitarmo-nos e a respeitar os outros; a cultivar a diversidade e a diferença, aceitando que elas fazem parte da nossa humanidade; a aceitar o confronto de ideias diferentes das nossas, na procura de mais um passo em frente. Temos o direito a ser responsáveis nas escolhas que fazemos, nos actos que praticamos, nas omissões que deixamos acontecer!
Temos, pois, o direito a ser Pessoas, a pertencer, a ser cidadãos.
Enquanto lisboeta e alcochetana, eu tenho o direito de defender as minhas comunidades e os respectivos futuros. E tenho um sonho: que um dia, tudo isto seja uma prática corrente tão enraizada que não mais possa ser encarada como uma utopia! Uma boa semana para si."
Chegámos a uma altura dos acontecimentos em que todos nós nos questionamos acerca de quase tudo na vida por causa da crise económico-financeira mundial, que está a repercutir-se em todo este mundo global em que hoje em dia vivemos. E isto faz-nos repensar muitas coisas, não só de carácter pragmático, mas também de outra ordem.
O tema que vos proponho para reflexão esta semana é, precisamente, o da cidadania. O que é, hoje, ser-se cidadão, da nossa terra, do nosso país, do mundo em que nos encontramos inseridos?
Ser cidadão não é apenas pertencer e adquirir direitos. Ser cidadão implica, prima facie, ser Pessoa e assumir a responsabilidade que cada um de nós deve ter no seio da sociedade em que vive e no quadro mundial em que nos podemos movimentar. Ser cidadão acarreta, antes de mais, responsabilidade e obrigações e apenas depois os direitos inerentes ao facto de sermos Pessoa.
Se bem que em termos jurídicos para se ser cidadão há que ser detentor, em primeiro lugar, de uma qualquer nacionalidade, é mais cidadão o apátrida que actua orientado pelo bem comum de todos do que o homem que se limita a pertencer a uma comunidade, julgando que tanto basta para exigir “direitos”.
Nós temos o direito, enquanto cidadãos, a permitir que o amanhã seja possível; que os nossos filhos possam desenvolver-se enquanto Pessoas num mundo sustentável e sustentado; a viver com a consciência de que não estamos sozinhos no mundo, antes pertencendo a uma intrincada teia de relações humanas onde vamos tecendo o fio dos nossos dias, com consequências directas ou mediatas no fio dos dias de todos os demais; a respeitarmo-nos e a respeitar os outros; a cultivar a diversidade e a diferença, aceitando que elas fazem parte da nossa humanidade; a aceitar o confronto de ideias diferentes das nossas, na procura de mais um passo em frente. Temos o direito a ser responsáveis nas escolhas que fazemos, nos actos que praticamos, nas omissões que deixamos acontecer!
Temos, pois, o direito a ser Pessoas, a pertencer, a ser cidadãos.
Enquanto lisboeta e alcochetana, eu tenho o direito de defender as minhas comunidades e os respectivos futuros. E tenho um sonho: que um dia, tudo isto seja uma prática corrente tão enraizada que não mais possa ser encarada como uma utopia! Uma boa semana para si."
In Jornal de Alcochete
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